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Autor: Nascimento,Iolanda
Fonte: Gazeta Mercantil, 28/05/2009, Finanças, p. B 2
São Paulo, 28 de Maio de 2009 - A melhora do cenário econômico e sinais que a inadimplência começa a se estabilizar levaram o Bradesco a anunciar ontem nova redução nas taxas de juros e mais alongamento de prazos. No início desta semana, o segundo maior banco privado do País já havia anunciado prazos mais elásticos e juros menores nas suas linhas de crédito imobiliário. Desta vez, o negócio contemplado é o de financiamento de veículo zero quilômetro. A instituição ampliou os prazos de pagamento de até 60 meses para até 80 meses e reduziu a taxa mínima de 1,52% ao mês para 1,2% ao mês. Ademir Cossiello, diretor-executivo do Bradesco, disse que é o maior prazo do mercado e a menor taxa praticada.
A instituição sediada em Osasco (SP) é o terceiro grande banco do Brasil a retomar o alongamento dos prazos de financiamento de veículo zero quilômetro este mês, o que mostra que o mercado brasileiro de crédito começa a se recuperar, após ser impactado pela crise financeira mundial. O primeiro, no dia 15, foi o Itaú Unibanco, que ampliou de 60 para 72 meses. Em seguida, no dia 22, foi a vez da Aymoré Financiamentos, sob o guarda-chuva do Grupo Santander Brasil, anunciar que também passou a ter parcelamento de até 72 meses, ante o limite anterior de 60 meses.
Conforme Cossiello, com a melhora da atividade econômica, do comportamento do consumidor, com os índices de inadimplência dando sinais de que podem retroceder dos sucessivos aumentos que tiveram e a não elevação do nível desemprego o cenário atual é de mais otimismo e, por isso, o banco decidiu retomar prazos mais longos. Por isso também, acredita Cossiello, a tendência de alongar os prazos que vem sendo verificada nos grandes bancos deverá ser seguida por outras instituições, incluindo as de menor porte. O executivo observou ainda que o Bradesco, com essa estratégia, colabora com o plano do governo de impulsionar a atividade econômica e, neste caso em especial, o setor automotivo. "O governo tem tomado várias iniciativas, como a redução do IPI (Imposto sobre Produto Industrializado), para incentivar a cadeia automotiva e estamos colaborando a partir dessas novas regras."
A ampliação do prazo e os juros mais baixos valem para as modalidades de crédito direto ao consumidor (CDC) e leasing. O banco também exige uma entrada de 20% do valor do veículo, o que, observou Cossiello, preserva a qualidade dos ativos e da carteira da instituição nesse segmento, já que essa garantia também ajuda a inibir a inadimplência. O executivo informou ainda que os atrasos acima de 90 dias nos pagamentos nesse segmento estão bastante controlados, são confortáveis e ficam abaixo dos 5% verificados na carteira total do Bradesco.
Ganho de mercado
A carteira de financiamento do Bradesco ao final do primeiro trimestre de 2009 totalizava 2,7 milhões de veículos e estoque de R$ 41,1 bilhões - entre CDC, leasing e Finame. Cossiello ressaltou que a expectativa é de crescimento em torno de 15% este ano para o valor da carteira, acompanhando a estimativa do banco para o mercado em geral. Segundo colocado no ranking brasileiro de financiamento de veículos, com uma fatia de 25%, a previsão é de ganhos de participação com a nova estratégia.. "Há espaço para ganhar mercado." Cossiello avalia que o Bradesco atrairá novos consumidores com os novos prazos e taxas, pois a prestação fica cerca de 18% menor. "A parcela menor cabe no bolso de consumidores que não tinham acesso com o prazo de 60 meses ou ele pode ainda escolher um veículo mais caro que antes não podia comprar."
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)(Iolanda Nascimento)
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